Hoje falo sobre Os Pilares da Terra, de Ken Follet. Uma ficção histórica cheia de reviravoltas.

Os Pilares da Terra é aclamado por muitos como o melhor livro de Ken Follet. Confesso que foi o melhor dele que já li até agora, mas não saberia julgar toda a bibliografia dele, já que só li 3 livros do autor.

Ao longo das quase 1000 páginas do livro, acompanhamos alguns personagens interessantes que retratam as principais classes sociais da época: Philip, um monge, William, um nobre, Tom, um construtor e Aliena, uma comerciante. A história conta, naturalmente, com muitos outros personagens, secundários e terciários, que movem a história para a frente.

A história gira em torno da construção de uma catedral na cidade fictícia de Kingsbridge, na Inglaterra. A vida de todos os personagens são afetadas, direta ou indiretamente pela construção da catedral e isso é colocado de uma forma muito orgânica no livro, que por vezes parece até uma aula de arquitetura.

Por se tratar de um livro “épico”, muitas décadas se passam entre o início e o fim da narrativa e inúmeros eventos mudam a trama a cada momento, fazendo o leitor mergulhar na leitura. Nem parece ter que mil páginas no final das contas.

Conforme a história avança, os personagens amadurecem, evoluem em diversas direções e as relações entre eles também é modificada e o fio condutor da história segue de forma linear, dando ao leitor também uma sensação de satisfação de descobrir a história num ritmo agradável.

Foi feita uma adaptação uma uma minissérie para a televisão britânica há alguns anos e é bem legal também. A história da minissérie e do livro são bem diferentes, mas uma não atrapalha a experiência da outra.

OPINIÃO: Gostei muito do livro, achei uma história bem feita, claramente pensada do início ao fim. Os personagens são sólidos e mesmo os personagens mais unidimensionais o são por um bom motivo. A trama é envolvente e não cansa o leitor.

Embora eu tenha gostado, reconheço que as longas descrições de como se constrói uma catedral podem ser cansativas para alguns leitores. Mas é o tipo de coisa que você pode simplesmente pular caso não goste, sem prejuízo da trama em si.

Além disso, por ser um livro que se passa no século XII, o autor abusa das descrições geográficas e culturais da época, sendo um prato cheio para os leitores que gostam do gênero literário da ficção histórica.

Os únicos pontos negativos para mim foram a extensão dos capítulos (longos demais para um livro deste tamanho) e as cenas de intimidade entre os personagens. As cenas de sexo são terríveis e há um uso excessivo de estupros como fontes de motivação para personagens femininas se fortalecerem. Esse recurso de roteiro tem sido cada vez menos usado e este livro é um exemplo claro do porquê.

Tirando isso, recomendo muito a leitura tanto pelo aprendizado histórico quanto pela trama em si.

NOTA PARA A LEITURA: 9/10

Por Rafael D’Abruzzo