Hoje vou falar sobre “As Cavernas de Aço”, de Isaac Asimov. Como muitos livros do autor, trata-se de um romance policial de ficção científica.
Já li diversos livros do Asimov (inclusive fiz uma resenha completa da trilogia Fundação, clica no link pra dar uma olhada). O autor é famoso por seus contos e histórias de robôs, muitas vezes entremeados com tramas de mistério e detetives. Este é o caso de “As Cavernas de Aço”.
O livro faz parte de uma série de livros com um mesmo personagem central, Elijah Baley, e seu parceiro de investigações, o robô Daneel Olivaw. Este, por ser o primeiro livro da série, é bastante introdutório e, apesar da trama bem construída e do enredo interessante, acaba tendo o “peso” de criar um universo, deixando a leitura um pouco pesada.
No livro, um assassinato ocorre na Vila Sideral, um posto avançado de colonos humanos de uma sociedade mais desenvolvida na própria Terra, nos arredores de Nova Iorque. No futuro imaginado pelo autor, a humanidade já colonizou diversos planetas e, nesses planetas, evoluiu numa sociedade melhor que a da Terra, sendo chamado de “os Siderais”. Assim, uma dessas sociedade funda uma Vila Sideral para ensinar melhor os humanos do planeta natal sobre como evoluírem de uma forma mais sustentável, em parceria com robôs, que sofrem grande aversão na Terra por serem vistos como algo antinatural, que rouba o emprego de famílias.
Uma vez ocorrido o assassinato, Elijah Baley é escalado como detetive do caso e precisará trabalhar com um robô da Vila sideral (a quem ele imediatamente detesta) como moeda de troca para que a Terra não sofra sanções. A trama evolui envolvendo conspirações e reviravoltas, sendo uma leitura envolvente.
OPINIÃO: Peguei este livro gratuitamente numa promoção da Amazon e confesso que coloquei muita expectativa nele. Talvez por ter lido recentemente Fundação, por muitos consideradas a obra principal de Asimov, esperava um pouco mais desta história.
A história, em si, é muito legal. Os personagens, como quase todos de Asimov, são mutas vezes caricatos e servem bem ao propósito da trama. O que me incomodou um pouco neste livro foi a necessidade de o autor apresentar toda uma sociedade futura com tecnologias imaginadas que acabam por vezes descambando num “technobabble” uma expressão utilizada para identificar aqueles textos em que muitas expressões tecnológicas (reais ou inventadas) são usadas e confundem o leitor.
Claro que esta é uma questão pessoal, inclusive muita gente pode se interessar nas minuciosas descrições do autor sobre como toda a vida na terra depende de uma forma específica de levedura que é cultivada e transformada em centenas de tipos de alimentos ou em como o transporte funciona nesta sociedade tão avançada ou em como uma “megacidade” obtém sua energia para continuar existindo num mundo com recursos naturais cada vez mais escassos. Ok, isso pode ser interessante de início, mas acaba cansando após algum tempo.
Além disso, para uma história de Asimov, a trama do livro é bastante simples e o culpado do crime pode ser adivinhado quase que de início, tirando um pouco do brilho da história.
NOTA PARA A LEITURA: 6/10
Por Rafael D’Abruzzo